"Park that car, drop that phone, sleep on the floor, dream about me."

Música: Anthems For A 17 Year Old Girl, Broken Social Scene

O que seria a Nadia? Para mim, ela é apenas uma adolescente muito criativa e extremamente sonhadora, que tenta, inutilmente, fugir da realidade em que vive, projetando outro mundo em sua mente. Uma vez me disseram que a Nadia é uma personagem frágil, que não consegue encarar seus problemas de frente. E não discordo dessa afirmação. Ela é realmente uma garota extremamente sensível, que tenta se fingir de forte, mas, por dentro, é uma menininha assustada. Não adianta quantas vezes tente esconder seu choro e engolir seu soluço: quando estiver trancada dentro de um quarto, ela vai se debulhar em lágrimas.
Porém, contudo, todavia, a Nadia, no início, não era assim. Quero dizer, não em partes. Como na época em que comecei a Yume ainda estava assistindo animes e animes e mais animes, creio que as heroínas nipônicas mais do que me influenciaram na criação da Natja (sim, porque, naquele tempo, era assim que a Nadia se chamava). No início, Natja era como qualquer mocinha de anime shoujo: delicada, tímida, retraída, mais sonhadora do que ela normalmente é, cheias de dúvidas na cabeça, uma personagem, digamos, opaca. Aham, opaca seria o melhor termo para ela, porque não havia um brilho significativo na Natja. Existia apenas aquela garota que, sem motivo algum, sonhava com um cara que nunca vira e que, sem razão, se apaixonara por ele (não que isso seja muito diferente do que a Nadia é atualmente, mas creio que há poucas similaridades do que ela foi para o que ela é). E, naquele período, ela também possuía características de personagem anime: cabelos longos, franja escorrida e reta, cabelos castanhos. Ah, e mais do que tudo: tinha sim descendência japonesa.

Com o tempo, porém, me cansei da imagem tão repetitiva que a Nadia tinha. Isso já eram meados de 2009, portanto há mais de um ano da criação do Yume. A vontade de mudá-la veio a partir do momento em que havia encontrado o objetivo da história. Aquela imagem de menininha boazinha não combinava muito com o que a Nadia ainda iria enfrentar em vários outros momentos da Yume. Não lembro exatamente de onde veio a ideia dela usar roupas masculinas, mas foi esse o início para transformá-la de heroína de shoujo à minha personagem. Para mim, além das roupas masculinas, o maior marco da Nadia foi o cabelo curto. Relutei muito em aceitar a ideia de me desfazer do cabelão dela, e foi aí que o Rustênio disse as palavrinhas mágicas: "É interessante ver uma heroína de cabelo curto". Por mais que a Nadia não existisse, não recuei diante a ideia de meter uma tesoura naquele cabelo gigante.
Porém, creio que ela não tenha ficado exatamente da maneira como eu imagino. Fora do que está escrito na Yume, a Nadia é mais arisca, mais irônica e sarcástica. Ela faz o tipo de garota que diz: "tô nem aí para o mundo", mas que sofre calada pelas dúvidas psicológicas pelas quais passa. Contudo, como na Yume só consegui mostrar os momentos mais tensos da vida dela, acabei expondo o lado mais frágil dela, que é justamente o da dúvida do "isso é real ou não?", o da falta que ela sente da mãe e do amor que ela nega sentir pelo Adrien (afinal, quem é que se acharia normal quando se apaixona por um cara que só aparece na sua cabeça?). Por mais que eu quisesse arrumar muitas coisas nela, sinto que não tem como: a Yume expõe todas as fraquezas da Nadia, e não há como modificar isso.
Por fim, a escolha da Ellen Page para representar a Nadia ♥. Acho que vi a Nadia totalmente encarnada na Ellen, tanto pelo rosto delicado quanto pela falta de preocupação em se vestir (convenhamos que nossa Juno não é daquelas que melhor se veste quando fora de cena). No final, as duas acabaram virando uma e me influenciando MUUUUITO na hora de escrever xD'. Sem contar que a Nadia também tem muito de mim (por que será?). Muitas das coisas que ela gosta são coisas que eu gosto (Audrey Hepburn, diga oi!). Talvez, de alguma maneira, a Nadia seja um retrato meu: uma mistura do que eu sou com o que eu gostaria de ser. E por isso que eu a amo tanto ♥


Significado para o nome Nadia: Esperança

1 comentários:

Sabyne 2 de dezembro de 2010 às 11:16  

Amei a Nadia.
Me vi um pouco nela.
^^
Beijos.

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A Dama Pálida

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Kamile Girão
Fortaleza, Ceará, Brazil
Garota, estudante de Letras, protótipo de escritora. Ama velharia, música antiga, pilhas de livros, pilhas de DVD's, desenho, bonecas, um sardentinho geek e, principalmente, escrever.
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