A incrível arte de escrever em diários

Mês passado, tive meu coração destruído. Completamente dilacerado, machucado, maltratado. Fiquei mal, muito mal. Adoeci. Não sorria mais, vivia meio triste, mas, também, sem conseguir derramar uma lágrima pelo tal ocorrido que me deixara assim. Por alguns dias, fiquei desesperada, sem chão, sem ter em quê me apoiar, totalmente perdida. E, pior ainda, com muita coisa guardada dentro de mim.
Foi um período bem complicado, um período em que tentei abafar minhas mágoas para todos saberem que sim, eu estava bem, obrigada; que sim, eu não fora destruída; que sim, eu não iria desistir. Mas sabe o que isso me ocasionou? Uma algia ainda maior. Mentir para si mesma quando só se quer chorar e gritar pode ser bem pior do que se imagina. Fingir que está tudo bem quando, na verdade, está tudo uma merda não me fez ficar melhor em nada - muito pelo contrário, só me deixou ainda pior.
E teve um dia em que cansei de farsas. Resolvi extapolar, gritar, xingar, chorar até o ar começar a faltar. Depois disso, comecei a me sentir um pouco melhor. Porém, nada me fez melhorar tanto que escrever em um diário.
Sim, acreditem se quiser, eu tenho o costume de escrever em diários. Quem me conhece sabe muito bem que sou extremamente quieta, não costumo sair por aí expondo tudo que penso, tudo que sinto porque minha garganta trava (ridículo, eu sei, mas é a pura verdade). Entretanto, sempre consegui me expor muito bem no papel. Quer me fazer feliz após um dia frustrante? Me dê um caderno e uma caneta, apenas. A melhora é imediata, como se fosse um remédio extremamente potente para minhas emoções e, principalmente, para o meu bem estar mental. E foi isso que me salvou desse período negro e difícil, desses 30 dias de aflição, tristeza e frustração (muita frustração).
Só no papel, pude mostrar quem realmente estava sendo a Kamile por detrás do sorriso meia boca. Só escrevendo, consegui me sentir mais aliviada. Pude xingar até não aguentar mais, mandar aquelas pessoas pr'aquele canto, relatar tudo que estava passando e todas as minhas expectativas. Contudo, se me pedirem para ler agora as palavras que grafei naquelas simpáticas páginas da Betty Bopp, não terei vontade. Foi um momento de desabafo, um momento que não pretendo me recordar mais, mas que, em compensação, serviu para o meu crescimento pessoal e amadurecimento. Se vierem me perguntar: Como você se sente agora?, direi que me sinto bem, muito melhor que antes, pronta para qualquer uma, mas, infelizmente, ainda tem uma parte de mim fragilizada. Porém, é indiscutível: a maior parte daquele coração partido foi devidamente gravado no meu diário.
Não tenho vergonha de admitir que escrevo em diários. Sim, eu escrevo e isso me satisfaz muito, obrigada. Era um costume antigo, que ficou abandonado por algum tempo, mas que, agora, voltou. E que não vou mais abandonar.



Ps - Mudança de layout. Assistir Mulan realmente me deixou inspirada. E eu disse que não iria ficar com aquele outro por muito tempo.

Sábado à Noite, Babi Dewet - Impressões de alguém apaixonado ♥

Verdade seja dita, após os meus quinze anos, passei a ter uma certa repulsa a livros com teor adolescente. Digamos que, após ler Crepúsculo e ficar completamente frustrada (sentimento esse que se intensificou após o Lua Nova), criei a imagem de que todo livro adolescente precisava ser assim... Chato, monótono, com problemas sempre similiares. E essa impressão foi apenas aumentando com o tempo e com os outros livros que lia, tais como Marcada (pior decepção literária da minha vida!), Diários do Vampiro e por aí vai.
E eis que, nesse mundão da blogosfera + twitter, dou-me de cara com um YA brasileiro: Sábado à Noite.
A primeira coisa que me chamou atenção na obra da Babi foi, sem dúvida, a capa. Coloquei os olhos nela, soltei aquele lindo "PQP!" e fiquei apaixonada (também, para alguém que passou a vida inteira vendo e lendo mangá, ver um desenho com traços japoneses em um livro já é uma razão estimulante para o ler). Passei a desejar SAN principalmente pela capa, mesmo que a história não tivesse, de início, me despertado grande interesse. Esperei meu aniversário de dezoito anos e a minha amiga me presenteou com o SAN. Falei com a Babi e, um tempo depois, recebi-o lindo e fofo, com assinatura dela e felicitações pelo aniversário (). Coloquei até minhas fotos segurando-o aqui no blog, morta de feliz. Enfim.
Minha ansiedade me fez atrasar a leitura de Admirável Mundo Novo, do Huxley, e começar o SAN, tão empolgada estava com o livro e com os marcadores lindos. Comecei a ler, isso no mesmo dia em que recebi minha coleção de Vampire Academy e meu Taeyang Arashi. E adivinha? Viciei.
Para uma garota que, até então, tinha aversão a livros com teor extremamente juvenil, Sábado à Noite foi uma excessão totalmente à regra. Vi-me perdida, extrema e loucamente apaixonada pelos marotos e suas confusões, seu jeito moleque e as referências nerds que o livro contém (cof, cof, Kami é uma nerd, cof, cof). Ri horrores com os diálogos e soltei vários "OOOOOOOOOWN ", coisa que não acontecia desde... Desde Christiane F.? (assumo, apesar dos pesares, achava fofo o modo como o Detlef tratava a Christiane quando ambos não estavam drogados, o que era raro). Senti raiva da Amanda, vontade de esmurrá-la e mandá-la deixar de ser irritante, senti pena e, ao mesmo tempo, raiva também do Daniel, embora o achasse o exemplo exímio da fofura e quis me casar com o Fred em todos os momentos em que ele se pronunciava -q. E quando houve menção aos Beatles? ENTREI EM ÊXTASE!
Posso afirmar com todas as palavras que SAN quebrou e muito o meu conceito sobre livros adolescentes. Há sim como fazer um YA à altura e fazê-lo fugir dos clichês, torná-lo fofo e capaz de fazer uma pessoa azeda como eu (oi?) querer morrer por tanta fofura. A Babi mostrou isso e foi muito feliz em seu feito. Sábado à Noite é maravilhoso e não canso de despejar elogios e mais elogios à essa obra tão meiga e feliz que me fez suspirar, rir, querer chorar e, principalmente, me animar.
(isso sem mencionar que a Babi é uma fofa! Só ela mesmo para me aguentar no twitter falando o quanto eu estava amando SAN XD)
E é isso que tenho a dizer hoje!

Sinopse: O livro fala sobre Amanda, uma adolescente como muitas outras, que é popular na escola e os amigos do seu amigo de infância são considerados os ‘marotos’ do pedaço por desrespeitarem as regras. Tudo ao seu redor acaba desmoronando quando um amor mal resolvido volta à tona e a sua amizade é posta em prova. Se não bastasse, seu diretor resolve dar bailes aos sábados e uma misteriosa banda mascarada foi convocada pra tocar. Mas suas letras dizem tanto sobre ela… quem serão esses mascarados de Sábado à Noite?
Site da autora: http://www.babidewet.com/


(recado meramente aleatório: este é o último dia em que continuo com esse layout. Enjoei da cara dele)

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A Dama Pálida

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Kamile Girão
Fortaleza, Ceará, Brazil
Garota, estudante de Letras, protótipo de escritora. Ama velharia, música antiga, pilhas de livros, pilhas de DVD's, desenho, bonecas, um sardentinho geek e, principalmente, escrever.
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