[Resenha] Sangue Quente - Isaac Marion

R é um jovem vivendo uma crise existencial - ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a "vida" de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro. Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa.


(sinopse pega do Skoob)


Nunca me senti muito atraída por zumbis. Ao contrário dos outros seres (tais como bruxas, vampiros e lobisomens), eles não atiçaram a minha simpatia. Achava-os... apenas zumbis. Apenas mortos vivos grotescos e cuja dieta baseava-se principamente em cérebro. E nem mesmo Michael Jackson com seu Thriller conseguiu me fazer gostar dessas criaturas (mesmo tendo eu me fantasiado de zumbi para dançar a dita música em uma apresentação da escola há alguns anos).
Porém, com Isaac Marion foi diferente.
Sangue Quente se trata do zumbi R, que, inicialmente, aparenta ser como todos os outros: anda se arrastando, come cérebros e tal. Contudo, há uma diferença gritante entre R e os outros da sua espécie: R pensa. Ele se questiona o porquê de ter virado um zumbi, como aquela praga aconteceu, como era a sua vida. Ele sonha. Ele quer algo diferente. Ele quer mudar.
Nessas andanças, R conhece Julie, a namorada de um rapaz que virou sua refeição em uma caçada por alimentos. No exato instante em que está se saciando com o cérebro do jovem Perry (que, ao meu ver, era um dos personagens mais sacais da história), as memórias do garoto invadem R como uma lufada e, naquele momento, o nosso zumbi ganha um propósito para a sua "vida" monótona e entendiante: proteger Julie dos outros zumbis.
E aí a história verdadeiramente começa. A relação de R e Julie foi um dos romances mais lindos e meigos que já tive a oportunidade de ler. Não há como você não simpatizar com ambos. Ele, à procura de respostas para suas dúvidas intermináveis ao mesmo tempo em que tenta proteger aquela garota especial. Ela, cheia de vida e sonhos, querendo mudar não apenas a sua vida, mas o mundo pós-apocalíptico em que está inserida. E esse desejo de mudança é o que mais une os dois.

- Mas eu fui embora, R. Precisei ir, lembra? Você deveria ter dito "adeus" e pronto.
- Não sei porque você... diz adeus. Eu digo... olá.

Mas, acima do romance, o que mais me encantou foi a mensagem que Sangue Quente me transmitiu. Mesmo quando a situação aparenta ser a mais caótica e irreversível, se você tiver aquele desejo de mudança e se estiver disposto a realmente modificar o que está errado, acredite, irá conseguir. O que vale é ter esperança e força de vontade e nunca se deixar abater.
Porém, o que mais me desagradou no livro foram as mudanças de pensamento. De Perry pra R, de R pra Perry. Fiquei confusa várias vezes, e apenas no final consegui pegar a "manha" desses "pulos". Há também alguns erros de digitação, mas nada que agrave o entendimento da história.

Recomendo Sangue Quente não apenas para aqueles que gostam da temática (e, aos que gostam dos zumbis clássicos, estejam preparados para ter um outro olhar sobre esses seres), mas para todos que apreciam uma boa história de amor, personagens cativantes e mensagens profundas.

E para encerrar... Sabiam que Sangue Quente será adaptado para o cinema? Tudo indica que, em 2012, teremos o livro nas telonas (com o personagem R interpretado por Nicholas Hoult e Julie, por Teresa Palmer). Eu já estou ansiosa, e vocês? :D

Sangue Quente
Autor: Isaac Marion
Editora: Leya
Páginas: 252
Ano: 2011

2 comentários:

May Braga 17 de julho de 2011 às 08:02  

Oi, amei a resenha.
Adaptado para as telonas *_*
Ah, e mais uma coisa, mandei um e-mail para parceria.

Bjinhos - http://glowofthemoonlight.blogspot.com

Little Júlia 17 de julho de 2011 às 13:14  

Eu estou louca para poder ler esse livro. Todo mundo falando desse livro e eu sem dinheiro pra comprar, oh vida dificil. Adorei a sua resenha, muito boa mesmo.

Beijos, Julia
Tijolinha, Books & Fanfics

Postar um comentário

Followers

A Dama Pálida

Minha foto
Kamile Girão
Fortaleza, Ceará, Brazil
Garota, estudante de Letras, protótipo de escritora. Ama velharia, música antiga, pilhas de livros, pilhas de DVD's, desenho, bonecas, um sardentinho geek e, principalmente, escrever.
Ver meu perfil completo
Blog contents © O Fabuloso Destino da Kami 2010. Blogger Theme by NymFont.