[Resenha] Arma de Vingança - Danilo Barbosa

Após mais de um mês sem vir aqui por motivos de justa causa (leia-se: final de semestre na faculdade), eis que retorno e incumbida de uma difícil tarefa, dada pelo meu grande amigo Danilo Barbosa: resenhar o seu primeiro livro, o Arma de Vingança. Vamos ver se, após um semestre inteiro estudando crítica literária, conseguirei fazer algo bom x3.



SINOPSE:
O que você seria capaz de fazer por Vingança? Ana teve sua vida destruída. Mentiras, traições,
dor, crime e morte deixaram nela marcas que o tempo nunca poderia apagar. Havia acabado a inocência de criança. Surgia naquele instante uma mulher pronta para ser a perfeita Arma de Vingança. Sua ira se voltaria contra todos aqueles que acharam que ela estava morta. Usaria de todos os meios possíveis para executar o seu plano. Iria mentir, enganar, seduzir e trair... Sem remorso ou pena. Afinal, esta não é uma história de amor!

É complicado para mim fazer uma resenha de um livro, ainda mais quando é de uma obra de um amigo tão íntimo e próximo. Entretanto, serei o mais sincera possível.
O Arma de Vingança, de fato, não é uma história sobre amor. E também não vi ali, inicialmente, uma história de vingança. A primeira coisa que me ocorreu quando comecei a ler o livro foi um choque de realidade. Sim, um choque, pois os fatos que ocorreram a Ana podem acontecer com qualquer um de nós. Não é difícil você encontrar, de repente, um cara a quem considera o príncipe encantado e o tempo te mostra que aquela imagem nada mais era que uma cruel fantasia para um monstro obscuro e repugnante. Isso não apenas pode acontecer como também acontece. Afinal, quantos relatos dolorosos de mulheres destroçadas - moral e fisicamente - por homens a quem amavam não existem aí, estampados em páginas de jornais, nos mostrando como as pessoas podem ser podres e repugnantes? Quantas mulheres não morrem nas mãos desses animais covardes, cuja insegurança sobrepuja a razão e a insanidade apaga os últimos resquícios de consciência e bom senso? Quantas vezes não vemos a justiça cega e falha deixar esses marginais saírem impunes por seus crimes? E o que podemos fazer? Tentar acalentar a revolta, porque, nem sempre, podemos fazer o mesmo que Ana fez: nos vingar.
Mas não nos atenhamos apenas a isso. O fato é que Ana foi enganada - e duramente enganada. Era uma moça ingênua e, como todas nós, mulheres, sonhava em viver um conto de fadas ao lado do homem que amava. O grande problema é que nossa protagonista escolhia os caras errados (ou, como falamos, tinha um belo dedo podre!) e depositava suas esperanças em sádicos e psicopatas (Ricardo, estou falando de você!). Vemos Ana afundar-se na lama por causa de seus amores. Tantos traumas, tanto sofrimento... A vida da moça foi realmente destroçada pelos canalhas com quem se envolveu, mas, apesar de tudo, ela continuou firme, forte e decidiu: não iria deixar aquilo passar em branco. Iria se vingar.
O ditado diz: vingança é um prato que se come frio. Dá prazer no início, mas, depois, sobra apenas o remorso. Talvez seja verdade. Mas, diante de tantas impunidades e de uma "justiça" tão imunda e corrompida, a vingança seria a única maneira de nos sentirmos aliviados. Infelizmente, compartilho esse pensamento com Ana. E eu teria feito o mesmo que ela fez - e, possivelmente, faria pior.
O Danilo não poupa detalhes. Ele mostra exatamente a maneira como Ana vai tecendo seus planos de vingança e é quase impossível você não se sentir feliz por ver os caras que a machucaram sofrerem no "mesmo" nível. Enquanto lia o livro, me lembrava de uma crítica de um filme que tratava a mesma temática: "depois de ver a protagonista se ferrar tanto, vê-la se vingando dos caras se torna até cômico. Dá vontade de rir ao ver o cara sofrendo, gritando e clamando por piedade". Bom, foi mais ou menos isso que aconteceu comigo. Mas ressalto que, se eu fosse a Ana, teria feito pior - bem pior.
Dois pontos extremamente positivos que vi durante a narrativa: os capítulos curtos - que te fazem ter a sensação de ler o livro mais rápido e, consequentemente, você termina o livro em poucos dias - e a descrição primorosa. Nesse último quesito, devo dizer que o Danilo é um mestre em comparações, essas sempre riquíssimas e de alto nível. É uma delícia lê-las!
A única coisa que me incomodou um pouco foram os diálogos iniciais, que me pareceram um pouco mecânicas. Os outros, porém - mais precisamente, na quarta parte do livro - já me davam uma noção maior de verossimilhança e, portanto, foram os meus favoritos! A conversa da Ana e do Rambo ao telefone foi de um primor indescritível! Acho que essa foi a cena de que mais gostei.
Por fim, acho que é apenas isso que tenho de dizer do livro do Dan (meu big angel lindo!). Leia o livro com a certeza de que irá passar por momentos de pura tensão. Você ficará nervoso, ansioso, não vai conseguir desgrudar das páginas até descobrir fato x, y, z e vai sentir muita, mas muita raiva - assim como satisfação, pois ver um pouco de sofrimento a quem causa dor nunca é demais.
Afinal: o que você faria por vingança?


(ps 1 - Dan, não deixei de notar sua preferência por nomes com R. Rambo, Rafael e Ricardo! x3)
(ps 2- E, Dan, você vai fazer minha prova de AF! Pode comprar suas passagens pra Fortaleza!)

Até a próxima, pessoal!

1 comentários:

Amanda Lima 28 de novembro de 2011 às 12:51  

Também quero sentir esse ódio da Ana.(lendo o livro, claro) Porque parece que você sente todos os sentimentos que o livro constitui, pela sua resenha. Legal \o/

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Kamile Girão
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Garota, estudante de Letras, protótipo de escritora. Ama velharia, música antiga, pilhas de livros, pilhas de DVD's, desenho, bonecas, um sardentinho geek e, principalmente, escrever.
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